Conhecer o passado por meio da arqueologia é muitas vezes comparável a um jogo de quebra-cabeça. Isso porque a história do passado mais antigo se faz por meio de fragmentos que se preservaram da ação do tempo. Nos últimos anos, a equipe do Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina (Ceom) tem coordenado projetos de pesquisa internacionais, que visam entender melhor o passado da região, antes da chegada dos europeus. Entre os mais recentes estudos, está a escavação de um estrutura funerária arqueológica, localizada às margens do rio Uruguai, em Alpestre (RS).

A ação, realizada em julho, faz parte do projeto internacional 'Povoamentos Pré-históricos do Alto Rio Uruguai (Poparu)', desenvolvido em parceria com o Museu de História Natural de Paris e outras instituições. Em junho, as cheias do Rio Uruguai ocasionaram a erosão do solo, o que possibilitou encontrar, nas barrancas, uma estrutura funerária de grupos ceramistas, que viveram há aproximadamente 500 anos.

Segundo a coordenadora do Ceom, Mirian Carbonera, a estrutura funerária é um vestígio arqueológico muito importante, pois pode revelar uma série de informações sobre a cultura do grupo que realizou esse sepultamento. “É muito raro os arqueólogos encontrarem esse tipo de registro. No Ceom, é a segunda vez, e com isso temos melhores oportunidades de recuperar vestígios e poder contar a história desses grupos de forma mais detalhada”. Agora, as atividades seguem em laboratório para escavar o conteúdo encontrado na urna, assim como identificar e analisar o material e sua posterior divulgação científica e cultural.

 

*Com informações do Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina.