Estudantes de Relações Internacionais produzem vídeo sobre alfabetização tardia

Alfabetização de adultos foi o tema de um trabalho desenvolvido pelos alunos do terceiro período do curso de Relações Internacionais da Unochapecó. A atividade, promovida na disciplina de Abex III - Mundi: Trabalho Comunitário e Extensão Social, baseou-se na produção de um vídeo que retratasse a experiência de vida em relação à alfabetização tardia dos alunos da Escola Básica Municipal (EBM) de Jovens e Adultos Paulo Freire.
A professora Angélica Lüersen, responsável pela disciplina, classifica a produção como um misto entre vídeo participativo e documentário. A produção, segundo ela, retrata pessoas com idade entre 30 e 70 anos que passam pelo processo de alfabetização. Angélica ressalta que alguns dos participantes ainda estão no mercado de trabalho, enquanto outros já estão aposentados.
A perspectiva do vídeo, de acordo com a professora, era falar sobre as motivações e sonhos de vida ao retomar os estudos. "Uma das entrevistadas tem o sonho de fazer uma graduação e ter a experiência da formatura. Outra diz querer fazer a carteira de motorista", conta. Angélica coloca, ainda, o vídeo como forma de demonstrar a importância destes espaços de formação e de oportunizar o contato dos estudantes de Relações Internacionais com outros contextos e grupos sociais.
O coordenador do curso de Relações Internacionais da Unochapecó, professor Luiz Henrique Maisonnett, comenta que o curso está conectado à comunidade em diversos sentidos e que, quando se fala da inserção dele e dos estudantes junto à sociedade, mostra-se para o acadêmico como ele precisa de uma visão macro, de entender que não vivemos isolados. "Os alunos, todas as vezes que são feitos esses processos, demonstram entender e compreender o papel do internacionalista para a formação da própria sociedade, para a estruturação dela, porque trabalhamos muito com política e com economia. Então, o estudante de Relações Internacionais que não entende a comunidade e a sociedade, consequentemente não vai entender o aspecto político e todas as coisas que podem surgir", cita Luiz.
Laura Manias é estudante de Relações Internacionais e participou da execução da atividade. Para ela, a produção foi uma forma de dar visibilidade ao assunto. "O vídeo mostra uma nova forma de dar voz a quem muitas vezes é silenciado. Com o projeto, nós propomos que esse assunto ganhe a devida importância, para que mais pessoas, que não tiveram a oportunidade de concluírem os estudos, saibam que existe a possibilidade de voltar à escola e que nunca é tarde demais", cita.
O processo de produção
A professora Angélica Lüersen relata a respeito da produção do vídeo. A ideia, segundo ela, surgiu após o desejo de proporcionar aos estudantes uma experiência além da universidade. As etapas da produção começaram ainda no início do semestre, com o levantamento dos temas por parte dos alunos, divididos em grupos. Após, cada equipe realizou uma espécie de defesa, baseado em estatísticas, e então uma votação definiu o tópico melhor colocado, que se tornou tema do vídeo.
"Fizemos o contato com a escola, que achou a ideia interessante e, depois, buscamos a Secretaria da Educação para autorizar o nosso acesso à instituição de ensino", conta Angélica. Os próximos passos foram a realização de oficinas e a gravação, de fato. No vídeo, os participantes contam fatos como o motivo de não terem concluído o ensino no tempo "convencional", as experiências vividas neste período, entre outros.
Nessa sexta-feira, 21/06, às 19h30, acontece a socialização da produção, juntamente com a comunidade escolar da EBM Paulo Freire. A ideia, segundo a professora, é proporcionar esse encontro para que eles se vejam na tela e, a partir disso, gerar debate sobre o tema.

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Texto e fotos: João Pedro Zatta Grolli, Leticia Begotto Buratti
Supervisão: Acin - Agência de Comunicação Integrada da Unochapecó
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