Texto Andressa Pomaogerski*

 

A Feira do Livro de Chapecó aconteceu de 24 a 26 de outubro e reuniu mais de oito mil pessoas no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes. Dos visitantes, mais de cinco mil foram estudantes de 35 escolas do ensino fundamental e médio. Esse fluxo de pessoas resultou na venda de mais de 2,1 mil exemplares de livros. E para atender todos da melhor forma possível, a equipe de trabalho da Feira contou com a colaboração de mais de 80 pessoas. Entre elas, 26 voluntários que ajudaram nas atividades de monitorias e recepção dos visitantes.

Integrando o projeto Centenário de Chapecó, desenvolvido pela Universidade, a Feira tinha como objetivo valorizar o desenvolvimento da cidade e região, além de incentivar a leitura da população. O evento foi promovido pela Unochapecó e pela Secretaria Municipal de Cultura, com o apoio da Secretaria Municipal de Educação, Quarta Gerência Regional de Educação, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Fundação Auri Bodanese e diversas entidades educativas da cidade e região.

Segundo o organizador da Feira, professor Odilon Luiz Poli, o evento não teve uma estrutura muito grande, mas cumpriu com seu objetivo de forma muito positiva. "Chapecó ainda não possui uma tradição para eventos destinados ao incentivo da leitura, mas o público nos surpreendeu. O nosso objetivo é que daqui a cinco ou dez anos a nossa Feira tenha um tamanho muito maior e com uma participação da comunidade de forma cada vez mais expressiva."

A representante da Editora Inverso e expositora da Feira, Eliziane Nicolao, afirma que Chapecó e região necessitam de um evento consolidado nessa área. "O livro precisa ser apresentado para as crianças como algo legal, não como uma obrigação, e a Feira do Livro cumpre com este papel. Existem muitas crianças interessadas em ler e com o auxílio das autoridades, essas oportunidades se ampliam e elas podem ter acesso às obras." Quem concorda com essa avaliação é a escritora chapecoense, Anair Weirich. Para ela, a iniciativa da Unochapecó e da Secretaria de Cultura é de grande valia para desenvolver o gosto pela leitura. Ela destaca que a Feira do Livro, além de tudo, fortalece o relacionamento humano e incentiva até mesmo o processo criativo dos escritores.

A programação da Feira contou também com mais de 20 intervenções artístico-culturais, envolvendo dança, música, artes visuais, cinema e produção literária. De acordo com a aluna do quarto período do curso de Letras e bolsista do Literatório da Unochapecó, Gabriela Cerino, se apresentar para um número tão expressivo de pessoas  foi uma experiência e um aprendizado bem diferente do seu dia a dia no Literatório. A estudante explica ainda que unir um evento destinado à leitura, com ações culturais, estimula o envolvimento de mais pessoas e desenvolve não apenas a cidade, mas os hábitos de toda a região.

 

Vale Livro

O Vale Livro foi uma das grandes ações do evento e contou com o apoio de 11 empresas da região (Agimax, Central de Cópias, Exponencial, Gambatto, Hangar, Messtecnik, Orbenk, Patrimonial, Sicoob, Sicredi e Topcon). Foram arrecadados R$ 7,9 mil distribuídos entre as escolas, que receberam um valor médio de R$ 250.

A iniciativa em promover a Feira do Livro e distribuir o vale foram só elogios, tanto por parte da organização, quanto dos expositores e do público visitante. Segundo a coordenadora pedagógica da Escola Pública Municipal Herbert de Souza, Janaina Miolo Lopes, o evento movimentou a escola toda. "Ficamos muito felizes com o surgimento do projeto, abraçamos a causa e a experiência está sendo maravilhosa. O vale livro foi também um projeto positivo para que todos os alunos pudessem sair daqui com uma obra em mãos. Inclusive, a iniciativa para participar da Feira foi dos próprios estudantes, que demonstraram interesse e quiseram vir."

Para Ketlin Santa, aluna do quinto ano da escola Herbert de Souza, participar de uma feira do livro foi uma experiência nova e escolher um exemplar para levar à escola bastante divertido. "São muitas histórias para conhecer e escolher. Nem sempre encontro os livros que quero nas livrarias e bibliotecas da cidade, mas na feira pude encontrá-los. O vale livro foi uma ideia bem legal, assim podemos escolher os que mais gostamos para a escola e outros colegas podem ler também."

 

Próximas edições

Segundo Odilon, a Feira do Livro de 2018 já é um evento confirmado. "No próximo ano, teremos uma realidade um pouco diferente. Novas parcerias já foram firmadas, teremos mais recursos para organização e estrutura." O professor explica ainda que muitas escolas e expositores que participaram da edição de 2017 já confirmaram presença no evento do próximo ano.

*Estagiária, sob orinetação de Greici Audibert