Na manhã desta quarta-feira (30/08), a Unochapecó celebrou a inauguração da nova sede do Centro de Memória do Oeste (Ceom), que retorna ao campus universitário após mais de 30 anos. A mudança para a nova casa tem o objetivo de conectar ainda mais os estudantes dos acervos, incentivar a pesquisa científica e trazer o público visitante a conhecer o campus mais de perto.

O novo espaço, localizado no Bloco R, conta com 507m² de área para ensino e pesquisa, e mais de 195m² de exposições abertas à visitação. Além das áreas de trabalho dos pesquisadores, como laboratórios, salas de processamento técnico e acervos, duas exposições de longa duração também estrearam no local. 

Na nova exposição intitulada ‘Educação e Desenvolvimento Regional: a trajetória da Unochapecó/Fundeste no Ensino Superior no Oeste Catarinense’, é possível conhecer a história da Fundação, as conquistas coletivas e a evolução do panorama do Ensino Superior na região. Entre os destaques, a ata de fundação da Fundeste aparece logo na entrada. Na segunda etapa da visitação, está presente a já tradicional exposição sobre o povoamento pré-colonial de Santa Catarina, que costuma receber centenas de visitantes anualmente, vindos de escolas de toda a região. A galeria foi ampliada e pode ser visitada por meio de agendamento.

Na cerimônia de abertura das novas instalações, o Reitor da Unochapecó, professor Claudio Alcides Jacoski, não escondeu o orgulho e a emoção por ver o Ceom ocupando espaço de destaque no campus. Em sua fala a toda a comunidade acadêmica presente, Jacoski falou com muita gratidão sobre o papel fundamental do poder público no incentivo ao trabalho de pesquisa aqui realizado. O Reitor também falou sobre o importante ponto de encontro entre o passado, o presente e o futuro.

“O Ceom tem uma história muito bonita, porque nasce em 1986 e vem da passagem de muitos outros reitores e pró-reitores que também tiveram o olhar cuidadoso por essa caminhada, assim como o poder público municipal que sempre teve esse reconhecimento e nos ajudou muito. É uma construção coletiva onde estão presentes todos os que ajudam a manter a história da nossa região. Nossa Instituição tem olhado muito para o futuro, como o Pollen, que é um instrumento de promoção do desenvolvimento econômico do futuro, além de muitas iniciativas que nos apontam sempre à frente, mas é importante não esquecer jamais da caminhada que foi feita, das pessoas que passaram por aqui, e isso nos faz pensar ainda mais no que ainda queremos”, afirmou o reitor.

O Vice-prefeito de Chapecó, Itamar Antônio Agnoletto, que também prestigiou o evento e representou o poder público municipal, destacou o apoio da Prefeitura e a força da aplicação de recursos na cultura e na preservação do patrimônio histórico. “Temos que estar junto para mudanças que são para melhor, como essa. Aqui, o CEOM trará uma oportunidade melhor para todos os que estão cursando sua formação aqui, e terão contato não só com a história de 106 anos de Chapecó, mas de toda a grande região. Parabenizamos ao Ceom pela transformação e desejamos que seja cada vez mais utilizada e difundida para o bem da comunidade toda”, destacou.

Força histórica

Há mais de 30 anos, o Ceom atua na manutenção e na preservação de informações valiosas sobre o passado da nossa região, por meio de estudantes, pesquisadores, mestres e doutores. Trata-se do mais antigo projeto de pesquisa e extensão da Unochapecó, além de atender à classificação de museu. O Ceom conta com acervos históricos e arqueológicos, com uma grande variedade de materiais disponíveis para a comunidade acadêmica. Ao todo, são 450 metros lineares de documentos, 32 mil imagens fotográficas, 900 mapas e mais de 105 mil objetos arqueológicos, que contam a história de cerca de 11 mil anos.

Desde sua criação, em 1986, o Ceom chegou a duas outras sedes além do campus universitário: no fim da década de 1990, contou com um espaço alocado na Rua Porto Alegre, e em 2004 passou a ocupar cerca de mil metros quadrados na sobreloja do Terminal Rodoviário de Chapecó. A nova obra, dentro da Unochapecó, teve início em 2021 e foi impulsionada por meio de investimentos institucionais da Fundeste e da captação de recursos, entre eles o Fundo Municipal Reconstituição dos Bens Lesados (FMRBL). Poder abrir as portas do novo espaço após o longo processo de realocação, de acordo com a coordenadora do Ceom, professora Mirian Carbonera, traz sentimentos de alegria e renovação. Em seu discurso na cerimônia, ela agradeceu a todas as equipes de trabalho envolvidas e deu as boas-vindas a toda a comunidade acadêmica.

“A intenção de retornar ao campus da Unochapecó motivou a elaboração de diferentes projetos. Em 2021, um pedido do Ministério Público Estadual realizado em meio à pandemia fez com que retomássemos as tratativas de mudança para uma nova sede. E já no final do ano, foram iniciadas as obras. Quando o primeiro pedido de compra foi criado, o que antes parecia um sonho passou a se tornar realidade. Foram longos meses de trabalho duro e intenso, com diferentes equipes que não mediram esforços para que tudo desse certo”, reiterou. 

Além do cuidado com materiais históricos e arqueológicos, são realizados eventos de fomento à manutenção do patrimônio e também publicações culturais, didáticas e científicas - entre elas a revista Cadernos do Ceom, que tem 58 números publicados e é avaliada pela Capes como Qualis A1.