Valorização da cultura indígena é destaque na nova exposição da Galeria de Arte

Kur Kar Kre

Texto Ionara Virmes*

 

'Kur Kar Kre'. A expressão kaingang significa 'entre tramas', e foi escolhida para nomear a nova exposição da Galeria de Artes Agostinho Duarte, produzida pela artista plástica Genecí Fidélis, com curadoria de Alessandra da Silva. Buscando refletir sobre a mulher indígena contemporânea, a ancestralidade e a valorização cultural, a exposição será aberta hoje (19) às 19h e contará, também, com transmissão ao vivo no Instagram.

Para a artista, as obras buscam a exaltação, não apenas de um objeto, mas de diversas possibilidades presentes na cultura indígena. Como de rostos, na forma de autorretratos, de corpos, na forma de grafismos, e de objetos, como o cocar. "Acredito também que a arte pode contribuir para a não sexualização do corpo indígena feminino, fomentando a cultura visual indígena como objeto de investigação", sublinha Genecí.

A exposição conta com dezessete trabalhos manuais, produzidos com materiais tradicionais da cultura indígena, como taquaras e cipós, e uma animação, com outras dez artes digitais que trazem autorretratos. As obras exploram a cultura de sua família, guarani e kaingang, e das diferentes pessoas que conheceu durante a sua jornada. 

"​​Os trabalhos que serão expostos são os primeiros resultados de uma investigação pessoal, que ainda está em desenvolvimento. Parte foi produzida em disciplinas que fazem parte da graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a qual estou cursando, e outras de maneira pessoal ainda com orientação. Meu interesse inicial foi por padrões assimétricos, que logo chegaram aos padrões de grafismo indígena, onde tive diversas influências, não apenas da minha etnia. Aos poucos cheguei no interesse pela figura humana, e principalmente pelo corpo e representação da figura indígena feminina. Entre todas essas reflexões, e investigações, trabalhos foram surgindo, alinhando-se com todos meus interesses, sempre busco por materiais de fácil acesso, considerados não 'nobres' ", conta.

 

*Estagiária sob supervisão de Leticia Sechini

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